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Clonaram meu celular? Entenda o golpe do “celular provisório”, que visa familiares e amigos

Redação AllowMe
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Conteúdo atualizado em 16/01/2023

Você está tranquilo em casa quando de repente recebe o contato de alguém de sua família afirmando que seu WhatsApp foi clonado. Essa pessoa diz que alguém está mandando mensagens se passando por você e que o fraudador estaria dizendo que aquele é um “celular provisório”, já que o telefone que costuma usar com frequência quebrou e foi para o conserto.

Seu familiar ainda diz que a foto do perfil do WhatsApp que entrou em contato com ele correspondia com a sua e que o golpista até mesmo o chamou pelo nome e sabia o grau de parentesco. O diálogo teria seguido por alguns minutos, tudo parecia bem, mas de repente aquela pessoa que se dizia ser você afirmou que estava com uma urgência e precisava de dinheiro para fazer um pagamento e, como estava sem o celular original, não conseguia acessar o aplicativo do banco.

A conversa foi mais ou menos como as dos prints abaixo:

Você certamente já passou ou conhece alguém que passou por isso. O golpe vem sendo aplicado com frequência por meio do WhatsApp e algumas pessoas acabam caindo já que, apesar de o número de telefone ser diferente, se sentem confortáveis porque estão conversando com uma conta que possui a foto de quem diz estar falando e ainda as chamam pelo nome.

Mas como os golpistas fazem isso? Muitas pessoas chegam até a disparar uma mensagem nos grupos de familiares avisando que seu telefone “foi clonado”. Mas não é bem isso o que acontece.

Fraude está relacionada a vazamentos

Para aplicar esse golpe, os fraudadores se aproveitam dos diversos vazamentos que ocorreram nos últimos tempos e que tornam até simples para eles a missão de encontrar na internet o nome completo, telefone e até mesmo CPF, RG e e-mail de uma pessoa.

A essa altura podemos questionar: “mas como ele sabe o nome completo e o grau de parentesco daquela pessoa?” Muito simples: hoje em dia, quase todo mundo possui um perfil nas redes sociais!

Imagine que um golpista recebe o nome completo de alguém e também o telefone. Se o perfil desta possível vítima estiver aberto no Facebook ou Instagram, uma rápida pesquisa poderá mostrar quem são seus parentes mais próximos ou pessoas com as quais ela tem contato.

“Em todos esses casos, as vítimas costumam ser parentes muito próximos, como irmãos, pais ou tios. O fraudador não entra em contato com um simples amigo ou conhecido”, explica Fernando Guariento, head de Professional Services do AllowMe.

Após fazer essa pesquisa, os golpistas baixam uma foto e entram em contato para relatar uma emergência e pedir dinheiro – e a maioria acha que o telefone da outra pessoa foi clonado. Mas na verdade quem está ali, conversando com o fraudador, é quem teve os dados vazados!

E como suas informações se ligam com a de seus parentes? E-mail, redes sociais, contas de consumo, etc. É fato que a maioria das pessoas já postou uma foto com irmã, irmão, pais, tios, primos, avós, e possivelmente são esses os lugares que o fraudador tentará subverter.

Voltemos agora aos vazamentos. Quando o golpista consegue seus dados e faz uma pesquisa em suas redes sociais, ele não possui o telefone de seus pais ou irmãos, mas o seu. Portanto, ele verifica em seu perfil quem são as pessoas mais próximas, entra no perfil delas, baixa uma foto e aí entra em contato com você se passando por elas.

Assim, enquanto você pensa e até avisa o seu familiar que ele teve o telefone clonado e estão se passando por ele para pedir dinheiro, na verdade os golpistas estão apenas se aproveitando de informações que você colocou em suas redes sociais para tentar te enganar.

Esse golpe, portanto, é bem diferente de um SIM Swap, que é quando o fraudador “rouba seu chip”, recupera sua conta do WhatsApp e usa seu número de telefone com sua lista de contatos que ele baixou e fez o backup. No caso em questão, por outro lado, a pessoa não roubou seu número, ela apenas colocou uma foto conhecida para te trazer conforto.

O que fazer para escapar desse golpe?

O primeiro passo para que os golpistas não consigam saber quem são pessoas próximas a você é não deixar as redes sociais abertas para que qualquer um possa acessar e ver suas postagens. No entanto, você pode já possuir as contas de redes sociais fechadas apenas para amigos e parentes e mesmo assim sofrer esse tipo de ataque.

Isso ocorre porque, provavelmente, você acabou caindo em algum phishing que deu acesso ao fraudador às suas contas e consequentemente a todos os seus contatos (e assim ele pode saber quem é seu pai, sua mãe, etc). Por isso, sempre preste atenção nas URLs e não clique em qualquer anúncio ou link que recebe pela internet.

Outro ponto importante é sempre desconfiar quando alguém pede dinheiro a você. Se um parente (ou alguém se passando por ele, inclusive com a foto) entra em contato e diz que teve um problema e precisa de dinheiro, não é tão simples assim não acreditar. Porém, ao analisar melhor o cenário, qual a probabilidade de um celular quebrar e uma pessoa que, normalmente, não vem te pedir dinheiro, precisar justamente naquele momento pagar algo urgente?

Além disso (e aqui talvez seja o passo mais importante nos casos de suspeita), peça para fazer uma chamada de vídeo com a pessoa que está falando com você. “A bala de prata nesse caso é a videochamada. O fraudador vai dar um milhão de desculpas, ressaltar a urgência, dizer que não pode fazer, etc. Isso porque quando você faz uma videochamada, acaba todas as dúvidas, inclusive se a voz é parecida, por exemplo”, finaliza Fernando Guariento.

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